João Neutzling Jr.
Economista, bacharel em Direito, mestre em Educação, auditor estadual, professor e pesquisador
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Há 140 anos, nascia Joseph Alois Schumpeter, em 6 de fevereiro, em Trešt na República Tcheca. Foi um dos primeiros economistas a apontar a inovação tecnológica como elemento chave do desenvolvimento econômico e de mudanças radicais nas estruturas sociais. Iniciou os estudos universitários em Viena, na Áustria, onde foi aluno de baluartes como os economistas Eugen Böhm von Bawerk, Ludwig von Mises, Otto Bauer e Rudolf Hilferding.

Schumpeter advogava que a inovação poderia ocorrer como um evento que altera o estado de equilíbrio existente, como a introdução de novo bem no mercado, a descoberta de novo método de produção ou de comercialização de mercadorias, a conquista de novas fontes de matérias-primas, ou mesmo a alteração da estrutura de mercado vigente, como a quebra de um monopólio, por exemplo.

Ele criou o termo "destruição criativa" como inovação tecnológica onde se destrói uma estrutura econômica ou relação de produção vigente para se dar espaço para novos produtos/serviços criadores de novas oportunidades. Há muitos exemplos disso. Antigamente, as videolocadoras trocaram de fitas de VHS por DVD e blu-ray. Para depois serem extintas pelos serviços de streaming e TV a cabo. Quantos empregos foram extintos nas videolocadoras?

A forma como se ouve música também passou por uma destruição criativa. Antes tínhamos disco de acetato de 78 rotações, depois vieram os famosos "long play", ou disco de vinil, de 45 RPM que armazenavam 30 minutos em cada lado, junto com fita cassete, etc. Para depois serem trocados pelo compact disk (CD) e depois pelo MP3. As lojas de discos foram extintas, onde se compra música hoje?

Máquinas de fotografia estão sendo substituídas pelos telefones celulares que, além de serviço de telefonia, ainda fazem pagamentos, serviço de e-mail entre outras funções. Quantas revistas deixaram de ser publicadas por causa da internet? Todas estas inovações tecnológicas estão no contexto da destruição criativa de Schumpeter.

Uma de suas mais importantes obras é Capitalismo, socialismo e democracia, publicado em 1942. Nesta obra, o autor analisa os vários sistemas econômicos e sua capacidade de atender às demandas sociais. Outra obra relevante é A teoria do desenvolvimento econômico (Die theorie der wirschaftlichen entwicklung), de 1911, onde apresenta de forma bem didática sua análise. Nesta obra ele afirma (coleção Os economistas, Editora Abril, 1982, p. 47): "Entendemos por desenvolvimento, portanto, apenas as mudanças na vida econômica que não lhe foram impostas de fora, mas que surjam de dentro por sua própria iniciativa".

Como exemplo desta proposição, basta ver os ciclos econômicos do pau-brasil, cana-de-açúcar, mineração (ouro) e café, desde o século 16, onde a atividade econômica era governada pelos interesses das metrópoles (Portugal e Inglaterra) e não pelos interesses do Brasil. A riqueza brasileira foi saqueada pelos europeus, pois não foi um desenvolvimento autônomo.

Falecido em 1950, sua obra continua referência para todos que desejam estudar a Economia como ciência e compreender o processo de desenvolvimento econômico assimétrico do planeta.